Ouvi na rádio alguém comentar o caso da dentista queimada viva. A pessoa dizia que ela era de família simples, morava com a mãe, o pai e a irmã. A entrevistada contou que ela era uma pessoa boa que atendia pacientes de graça quando não tinham condições para pagar o tratamento dentário.
Aí esta pessoa pergunta indignada: "como a mãe dela vai viver agora?"
Ora bolas...
Sem filha.
Com uma cratera no peito e pesadelos ao dormir e acordar. Sem boa parte da renda.
E apenas aguardando a morte que talvez a anestesie a dor.
Agora, os bandidinhos, se foram pra cadeia, terão alimentação garantida...
não pagarão aluguel algum...
terão visitas íntimas...
e se derem muita sorte engravidarão periguetes e estas crianças terão pensão $$$$ garantida.
Aí esta pessoa pergunta indignada: "como a mãe dela vai viver agora?"
Ora bolas...
Sem filha.
Com uma cratera no peito e pesadelos ao dormir e acordar. Sem boa parte da renda.
E apenas aguardando a morte que talvez a anestesie a dor.
Agora, os bandidinhos, se foram pra cadeia, terão alimentação garantida...
não pagarão aluguel algum...
terão visitas íntimas...
e se derem muita sorte engravidarão periguetes e estas crianças terão pensão $$$$ garantida.
E aqui vai a reposta da minha amiga e grande repórter policial, Fabíola Figueiredo:
Amiga... Como essa mãe vai viver? Como? Impossível imaginar. Não sei se é possível uma mãe viver após a perda de um filho. Ainda mais uma perda covarde, brutal, cruel, impiedosa e sei lá mais o que como essa!
Amiga, querida. Eu, assim como os demais repórteres de jornais policiais como o Brasil Urgente, temos a difícil missão de todos os dias reportar, conviver, absorver, neutralizar a tristeza de destruições de família. Para que possamos cumprir nossa tarefa de todos os dias mostrar a realidade dura e violenta de um país que não proporciona a segurança que a população tem direito - por constituição - e ao mesmo tempo manter nossa mente sadia, temos que aprender a controlar a própria emoção, a não carregar para casa cada carga negativa, cada dor de parentes de vítimas que entrevistamos, cada tristeza profunda e infinita que descrevemos em nossos textos depois de sentir cara a cara nos olhares de pais, filhos, irmãos desesperados depois da morte de um ente querido e insubstituível.
Em treze anos de profissão, graças à luz de Deus e ao auto-controle adquirido por experiência, me considero uma jornalista que consegue separar o sofrimento de cada reportagem da minha vida pessoal.
Mas hoje, amiga, hoje cheguei em casa destruída! Depois de fazer a cobertura do velório e sepultamento da dentista queimada viva, QUEIMADA VIVA SÓ PORQUE NÃO TINHA DINHEIRO, encerrei o trabalho sem energia, sem esperança, sem acreditar nesta nação.
O que passou na minha cabeça diante da cena daqueles pais tão humildes, tão simples, tão desolados????
Eu pergunto e respondo, amiga!
Passou em minha cabeça o pensamento do qual fujo a cada reportagem. Me coloquei no lugar da dona Risoleda, mãe da dentista assassinada e tive a certeza de que se fosse eu aquela mãezinha, tenho a certeza de que teria me atirado dentro da sepultura para não permitir que minha filha fosse sozinha e para não ficar nesse mundo injusto, violento, covarde, maldoso.
Desculpe o desabafo, amiga... Mas sua postagem sensível e oportuna me fez vomitar todo o sentimento duro que encheu meu peito durante o dia de hj!
Amiga, querida. Eu, assim como os demais repórteres de jornais policiais como o Brasil Urgente, temos a difícil missão de todos os dias reportar, conviver, absorver, neutralizar a tristeza de destruições de família. Para que possamos cumprir nossa tarefa de todos os dias mostrar a realidade dura e violenta de um país que não proporciona a segurança que a população tem direito - por constituição - e ao mesmo tempo manter nossa mente sadia, temos que aprender a controlar a própria emoção, a não carregar para casa cada carga negativa, cada dor de parentes de vítimas que entrevistamos, cada tristeza profunda e infinita que descrevemos em nossos textos depois de sentir cara a cara nos olhares de pais, filhos, irmãos desesperados depois da morte de um ente querido e insubstituível.
Em treze anos de profissão, graças à luz de Deus e ao auto-controle adquirido por experiência, me considero uma jornalista que consegue separar o sofrimento de cada reportagem da minha vida pessoal.
Mas hoje, amiga, hoje cheguei em casa destruída! Depois de fazer a cobertura do velório e sepultamento da dentista queimada viva, QUEIMADA VIVA SÓ PORQUE NÃO TINHA DINHEIRO, encerrei o trabalho sem energia, sem esperança, sem acreditar nesta nação.
O que passou na minha cabeça diante da cena daqueles pais tão humildes, tão simples, tão desolados????
Eu pergunto e respondo, amiga!
Passou em minha cabeça o pensamento do qual fujo a cada reportagem. Me coloquei no lugar da dona Risoleda, mãe da dentista assassinada e tive a certeza de que se fosse eu aquela mãezinha, tenho a certeza de que teria me atirado dentro da sepultura para não permitir que minha filha fosse sozinha e para não ficar nesse mundo injusto, violento, covarde, maldoso.
Desculpe o desabafo, amiga... Mas sua postagem sensível e oportuna me fez vomitar todo o sentimento duro que encheu meu peito durante o dia de hj!